“O Pitiman continua dando trabalho ao governo”, frase mais ouvida na
modorrenta sexta-feira, 14, tanto por jornalistas quanto por lideranças
dos mais variados partidos, principalmente da base do governador Agnelo
Queiroz. A cada investida do “alemão” — como o deputado tem sido chamado
nas hostes governistas e também pelos pemedebistas — contra o GDF, mais
o nome dele aparece como possível pré-candidato ao governo. Calculada
ou não, Pitiman resumiu seu projeto político a uma frase: “Estou no
jogo, mas no banco de reservas. Pronto para jogar, basta ser convocado”.
Trata-se apenas de uma frase futebolística, mas ilustrativa quando se
olha mais de perto. Ele já recebeu convites para migrar para outras
legendas, no entanto, pelo mapa das circunstâncias, os caminhos mais
adequados são PSD ou PSDB. O presidente do PSD, Rogério Rosso, já teve
algumas conversas com o “alemão”, mas ele prefere aguardar os
acontecimentos para se definir. Assim como o PSDB, tanto com o
presidenciável senador Aécio Neves e o governador goiano Marconi
Perillo, a resposta foi mais ou menos parecida: esperar os movimentos do
PMDB.
Enquanto esta definição não chega, Pitiman continua voando baixo, de
quando em vez faz rasantes no telhado de Agnelo, como na quinta-feira,
13, quando 8 dos 11 parlamentares da bancada do Distrito Federal
assinaram ofícios endereçados ao governador, secretário de Transportes,
Tribunal de Contas e Procuradoria-geral, “pedindo esclarecimentos e
providências sobre suposta fraude no processo de licitação para
renovação da frota de ônibus”, conforme noticiou o jornalista Cláudio
Humberto em sua coluna.
De acordo com a nota, “Relatório do Ministério
Público do DF e Territórios apontou supostas irregularidades e advertiu
para risco de formação de oligopólio no serviço, cujas empresas
licitantes Viação Pioneira Ltda (vencedora da bacia 2) e a Viação
Piracicabana Ltda (licitante da bacia 1) fazem parte do mesmo grupo
societário”.
Mais do que marcar presença política, Pitiman delimita o território
aonde vai lutar e escolhe Agnelo como o adversário. Com isso, ele capta o
sentimento das ruas em relação ao governo. Se é uma boa estratégia pode
haver controvérsias, mas por enquanto tem dado certo. Vide os espaços
generosos na mídia. O “alemão” sabe que neste serpentário político não
tem espaço para ingênuos. A sobrevivência depende do número de aliados
que se arrebanha e ele está juntando muitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário